Gran Torino (2008)

12 04 2009

Título(vp): Gran Torino

História: Walt Kowalski é um veterano da Guerra da Coreia reformado. Walt preenche os seus dias com a reparação da casa, cerveja e visitas mensais ao barbeiro. As pessoas a quem Walt chamava vizinhos faleceram ou mudaram-se, e foram substituídas pelos Hmongs, imigrantes do sudeste asiático, que ele despreza. Uma noite, alguém tenta roubar o seu Gran Torino de 1972: o seu vizinho adolescente Thao, pressionado por um gang de Hmongs. No entanto, Walt defende o rapaz, o que o torna o herói do bairro, especialmente para a mãe de Thao e a irmã mais velha, Sue, que insistem que Thao trabalhe para Walt como forma de se redimir. Inicialmente, Walt nada quer ter a ver com essas pessoas, mas algum tempo depois coloca Thao a trabalhar, o que origina uma amizade improvável que vai mudar as suas vidas. Através da bondade da família de Thao, Walt finalmente compreende algumas verdades sobre as pessoas que ele não considerava vizinhos. E sobre si mesmo. Fonte

Opinião: Um filme que pode ser criticado por ter uma história demasiado simples e com um desenrolar demasiado linear. Contudo esta simplicidade permite que a nossa atenção se prenda na temática retratada e nas personagens caricatas que o filme apresenta.
Do que gostei mais no filme destaco as personagens e os seus diálogos quer pelos termos utilizados quer pelo tema dos diálogos. Os diálogos são muito bons pois verbalizam aquilo que tantas vezes pensamos. Não existe um dialogo cobarde antes pelo contrario são directos e simples. Assim existem termos como “chinocas”, pretos, virgem, polaco, entre outros que por vezes nos chocam. O discurso é forte e agressivo, mas sincero. Por outro lado penso que esta base de sinceridade entre personagens permite criar laços. Retracta assim a passagem do racismo e preconceito à vontade por saber mais sobre um cultura desconhecida.
Este filme retracta ainda a dualidade vida/morte.
O que percebo eu da vida? E da morte?
Talvez saiba mais sobre a própria morte do que da vida. Vivendo eu a vida não devia perceber mais sobre a vida?

Topo: Os diálogos, as personagens e a forma como o racismo é retratado.

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Tsotsi (2005)

27 03 2009

Título(vp): Infância Roubada

História: “Tsotsi” significa literalmente rufião ou “gangster” na linguagem de rua da periferia das grandes cidades e guetos da África do Sul. Nas violentas ruas de Joanesburgo, onde sobreviver é o objectivo principal, TOTSI acompanha a vida de um implacável líder de um gang que um dia é forçado a confrontar-se com a sua brutal natureza e enfrentar as consequências das suas acções.

Opinião: Tsotsi é um filme que pode ser visto como não tendo uma história surpreendente retratando a vida e cultura de um “gueto”. Mas o filme não se resume a isto. O cenário de gueto desta vez é na África do Sul apresentando este país, numa perspectiva que para muitos será nova.

Poder-se-á destacar que o elo de ligação entre o mundo dos ricos e o mundo dos pobres não é a droga, o crime ou uma historia de amor impossível: o elo é um bebé. A sua fragilidade e o amor por ele faz nos viajar entre as duas diferentes realidades.
Contudo, o contraste de realidades presente no filme não fica pela classe social. Paralelamente temos a dualidade entre passado/presente de Tsotsi. Esta personagem consegue preenche a película e faz-nos aplaudir este filme pela sua capacidade de nos transmitir este conflito interno entre o seu passado e o seu futuro, entre o que o meio lhe impõe viver e o que ele realmente quer viver.

É um filme que se formos ao seu fundo levanta muitas questões fundamentais da vida e isso prende-nos ao longo destes 94 minutos. Afinal de contas queremos saber as decisões que Tsotsi faz, queremos saber até que ponto ele tem força e coragem para viver nestes mundos paralelos, para o que normalmente dizemos “arrumar a cabeça”.

Destaco ainda a boa conjugação entre a imagem e o som pois o realizador teve a inteligência de deixar espaços para que nós, espectadores, também pudéssemos viajar juntamente com Tsotsi nas suas memórias e realidades, através de sons e imagens.

É um filme que não divaga em várias histórias, focando-se numa mensagem concreta e directa.

Topo: O olhar de Tsotsi (Presley Chweneyagae), a música & imagem.

Fundo: O filme podia explorar melhor a vida das outras personagens pois ficamos sem saber as suas histórias.

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The Wrestler (2008)

21 03 2009

Título(vp): O Wrestler

História: No fim dos anos 80, Randy Robinson (Mickey Rourke), “The Ram”, cabeça-de-cartaz em combates de wrestling, vivia para os seus fãs e pelo prazer do espectáculo. Vinte anos mais tarde, é uma estrela caída em desgraça, que vive numa roulote, sem contacto com a filha e que conta apenas com a amizade de uma stripper. Um dia, após um combate, tem um ataque de coração e o médico ordena-lhe que abandone a luta, pois o próximo combate pode ser mortal. Mas a sua paixão pelo espectáculo é forte demais e Randy quer sair em grande da profissão, mesmo que para isso tenha de arriscar a vida. Fonte


Opinião: Mais um Rocky? Não.
A descrição do filme pode levar a pensar que é um filme sobre wrestling. Não posso dizer o contrario pois a história de fundo é a de um lutador da modalidade.

Contudo deixo o desafio a todos os que têm uma certa “alergia” ao wrestling a verem este filme. Ele é muito mais do que esse desporto ou estilo de entretenimento.

O que me levou a ver este filme?

Sem duvida a promoção sobre o regresso de Mickey Rourke. Eu próprio fiquei surpreendido com o seu regresso e postei na categoria recortes uma entrevista a este actor esquecido. Com este filme não sei se é o seu regresso, o que não me interessa, mas preciso de partilhar que o filme vale pelo seu desempenho ou pelo que a sua personagem transmite.

Consigo agora responder melhor à pergunta se é mais um Rocky? Não é mais um rocky nem um filme de pancada pois quem desempenha o papel é Mickey Rourke. De tal forma que consegue transmitir tantas emoções que acabamos por ficar surpreendidos pela maneira como um filme que se desenrola a volta de uma só personagem nos diz tanto.

De facto, a forma como se conta uma história é tanto ou mais importante do que a própria história.
Se há personagens/actores que fazem um filme este é o caso.


Topo: Mickey Rourke. A mesma história, um filme diferente.

Fundo: As dificuldades passadas para que este filme podesse ser feito. Ver Mickey Rourke.

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Fear and Loathing in Las Vegas (1998)

17 03 2009

Título(vp): Delírio em Las Vegas

História: Estados Unidos, 1971. Os tempos não podiam ser piores. Nixon ainda estava na Casa Branca. A América ainda estava no Vietname. O ano começara na ‘ressaca’ da separação dos Beatles e com um grande terramoto no sul da California. Acabou com a Time a nomear Nixon como o ‘Homem do Ano’. Os anos 60 tinham acabado; Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison morreram todos aos 27 anos. O sonho americano tinha-se transformado num pesadelo.
O repórter desportivo Raoul Duke (Johnny Depp) e o seu corpulento advogado, Dr. Gonzo (Benicio del Toro), metem-se à estrada num velho descapotável, direito a Las Vegas. Quando encheram o porta-bagagens de todo o tipo de estupefaciantes e de uma colecção completa de plantas medicinais, estavam prontos para iniciar a mais selvagem das jornadas em busca do Sonho Americano. Duke pode chamar-lhe um trabalho. Gonzo pode acreditar que proteger o seu cliente é uma missão sagrada. Em qualquer dos casos, a corrida é louca e vertiginosa. Um filme de Terry Gilliam, realizador deBrasil. Fonte

Opinião: Um filme com um elenco muito bom e que me diverti imenso ao acompanhar as personagens por diálogos, cenários e visões do outro mundo. Contudo é daqueles filmes que se tivesse acabado meia hora mais cedo ou mais tarde não adiantaria nada pois para além da “moca” de cada um a história não progride. Chego mesmo a perguntar se o filme tem história. Sinceramente estava à espera de melhor.

Topo: O papel desempenhado pelas personagens. Johnny Depp num estrondoso papel.

Fundo: Além da droga e de todos os seus efeitos de que falava mais o filme? Demasiado longo para um história tão curta.

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The Boy in the Striped Pyjamas (2008)

14 03 2009

Título(vp): O Rapaz com o Pijama às Riscas

História: Um rapaz de oito anos, Bruno (Asa Butterfield) é o protegido filho de um agente nazi (David Thewlis) cuja promoção leva a família a sair da sua confortável casa em Berlim para uma despovoada região onde o solitário jovem não encontra nada para fazer nem ninguém com quem brincar. Esmagado pelo aborrecimento e traído pela curiosidade, Bruno ignora os constantes avisos da mãe (Vera Farmiga) para não explorar o jardim, por detrás da casa, e dirige-se à quinta que viu ali perto. Nesse local, Bruno conhece Shmuel (Jack Scanlon), um rapaz da sua idade que vive numa realidade paralela, do outro lado da vedação de arame farpado. O encontro de Bruno com este rapaz de pijama às riscas vai arrancá-lo da sua inocência e resultar no despontar da sua consciência sobre o mundo adulto que o rodeia. Os repetidos e secretos encontros com Shmuel desaguam numa amizade com consequências inesperadas e devastadoras. Fonte

Opinião: Aqui esta um grande filme sobre o período nazi. Para todos aqueles que não gostaram de “A Vida é Bela“, por achar que não se brinca com coisas sérias (de todo que não é o meu caso), aconselho este filme pois mais uma vez através de uma criança se conta uma história triste. Só que desta vez não existe qualquer tipo de leveza. Um grande filme que nos surpreende com a realidade. A história deste filme não podia ser muito diferente pois se choca é porque a realidade vivida era chocante. Somos surpreendidos por algo que já estávamos à espera ou que sabíamos de certo modo que ia acontecer.

Será que para me deixar chocar pelos acontecimentos daquela época preciso de me por na pele de um judeu?

Um filme espectacular que nos cativa o tempo todo através de um pequeno explorador que, com sua inocência, coloca perguntas certas e profundas. A pergunta que coloco é:

Só quando vejo “um dos nossos” a sentir na pele o que foi o holocausto é que me escandalizo?

O filme leva-nos a pensar: não não não isto não vai acontecer…

… Mas a historia não se passou assim?

Outro ponto que este filme retracta é o facto de tantas vezes princípios políticos e profissionais se sobreporem aos familiares. Afinal de contas o que é a fidelidade comigo próprio? O que prevalece? Os valores familiares ou a realidade que me rodeia?

Topo: A forma como o filme acaba e a paixão de explorar o mundo que Bruno transmite.

Fundo: Afinal de contas esta poderia ter sido uma história verídica…

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Scent of a Woman (Perfume de Mulher)

4 03 2009

História: Frank Slade (Al Pacino), um tenente-coronel cego, viaja para Nova York com Charlie Simms (Chris O’Donnell), um jovem que apenas procurava ganhar 300$ como acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa a interessar-se pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco a sua amarga infelicidade.

Opinião: Este é o típico filme que me dá um grande prazer ver. Não sabia a sua história nem estava na minha lista de filme a ver futuramente. Contudo o meu interesse sobre Al Pacino levou-me a ver este filme e realmente tem um desempenho que enche toda a película.

O filme torna-se interessante pela típica destruição que a vida militar provoca, contudo é espectacular ver a dificuldade que um coronel tem em mostrar a sua parte mais humana. De certo modo parece que a vida militar deformou aquele homem deixando o seu lado humano muito lá no fundo embora exista.

Al Pacino faz de cego revoltado e frio mas tem dois momentos que ficam na memória de quem vê este filme: o tango que dança e que nos contagia com uma enorme alegria e a ida à escola do rapaz que o acompanhou a Nova York.

Topo: Al Pacino no seu papel, a imagem que um simples perfume pode proporcionar. O grande momento de tango.

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Mickey Rourke

3 03 2009

Mickey Rourke é aquele actor que muitos de nós viram em “Orquídea Selvagem” ou em “Nove Semanas e Meia” e pensou: olha a sorte deste tipo pois gostava de ter uma vida destas ao pé de mulheres lindas e nas tão desejadas festas de Hollywood. Mas a vida dá muitas voltas e a de Mickey Rouke é um exemplo disso mesmo. Repare-se na frase que o director Darren Aronofsky disse quando começaram a trabalhar juntos em “The Wrestler”:

 

“ Vais ouvir tudo o que eu disser, vais fazer tudo o que mandar, vais chegar a horas, não vais passar a noite nos bares, nunca me vais faltar ao respeito em frente da equipa. E não te posso pagar”

 

Darren Aronofsky teve a coragem de o contratar mas também teve a coragem de dizer estas mesmas palavras. Por sorte Mickey Rouke estava já numa fase da vida em que o que mais queria era uma segunda oportunidade e agarrou o desafio pensando:

 

“Uau, gosto deste tipo”

 

É espectacular ver as lições que a vida deu a este actor e a coragem que teve em agarrar este projecto não desistindo mesmo nos momentos mais difíceis. Por vezes não conseguimos dar a volta por cima e precisamos de estar rodeados das pessoas certas, prova disso foi a atitude do realizador quando se viu pressionado para mudar de protagonista. Mickey Rouke reconhece isso mesmo:

 

“Ele acreditou em mim mesmo quando me substituíram por uma estrela que pedia quatro vezes mais do que havia para fazer o filme”

 

Na sua entrevista gostava de salientar a humildade que apresenta quando o confrontam com a possibilidade de vir a ganhar um Óscar, respondendo:

 

(houve momentos que)“ Nem tínhamos distribuidor”

 

“Não espero nada. Já me chega ser convidado para a dança”


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Vicky Cristina Barcelona

27 02 2009

História: Duas amigas em férias em Barcelona conhecem e aproximam-se de um pintor sedutor, que teve um relacionamento problemático com a sua ex-esposa. Dirigido por Woody Allen (Manhattan) e com Javier Bardem, Scarlett Johansson, Penélope Cruz e Patricia Clarkson no elenco, foi o vencedor do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

Opinião: Penso que o Topo e o Fundo resumem muito bem a minha opinião sobre este filme. Acrescento ainda, que embora não conheça, o filme despertou-me uma grande vontade de vir a conhecer Oviedo. Quanto a Barcelona, acho que devia ter sido dada uma outra imagem desta apaixonante cidade, pois além das referências arquitectónicas, existe uma atmosfera cultural que não foi apresentada.  Por exemplo, existe um plano em que Vicky está às compras nas Ramblas com o marido, contudo para quem conhece Barcelona as Ramblas são muito mais do que aquilo que é apresentado. Um outro exemplo é o Parque Güel que apenas é filmado à entrada.

Topo: O beijo entre Penélope Cruz e Scarlett Johansson (joking)

Fundo: O Óscar para Penelope Cruz e a ausência de história para além de um pobre jogo amoroso

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Changeling

27 02 2009

Parabéns Clint Eastwood!

Parabéns Angelina! Começando pelo desempenho da segunda, considero que Angelina conseguiu mostrar não precisar dos seus atributos físicos para conseguir um sucesso de bilheteira e uma belíssima interpretação que vale a pena acompanhar ao longo de 140 minutos.

Quanto a Clint Eastwood, começa a ser cada vez mais uma referência no cinema, enquanto realizador. Aplaudo o final que escolheu para este filme pois conseguiu resistir ao desfecho mais óbvio que seria um final feliz de reencontro entre mãe e filho.

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Slumdog Millionaire

27 02 2009

História: Um jovem de um bairro pobre de Mumbai, cidade da Índia, decide participar num programa de perguntas e respostas na televisão. Mesmo sendo analfabeto, ele surpreende todos ao ganhar o jogo, o que levanta suspeitas de poder ter trapaceado. O que o rapaz queria, no entanto, era apenas reconquistar a garota que ele ama.

Opinião: Escolha óbvia para o filme do mês de Fevereiro 2008 É óbvia e justa na minha opinião. Este filme merece um lugar de destaque, não só pela forma que retrata a realidade da Índia como pelo desempenho dos actores que para mim eram totalmente desconhecidos.

Tenho pena de ter iniciado este blog só agora, pois o impacto que este filme teve em mim, neste momento está um pouco diluído. Contudo não posso deixar de salientar o início espectacular do filme, pois apresenta um grupo de homens a torturar um rapaz, que inicialmente pensamos que são ladrões, mas que mais tarde percebemos que são forças policiais.

Saliento ainda o facto de o realizador ter resistido a um fim óbvio que seria a rapariga apaixonada por “slumdog” responder-lhe à ultima questão do concurso.

Por fim, resta referir a genialidade de retratar uma realidade da pobreza através dum concurso de milhões.

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